Motivadas
pelos significativos avanços científicos e tecnológicos das últimas quatro
décadas, as sociedades atuais vivem, desde então, processos de constante transformação
das técnicas que visam cada vez mais às inovações e velocidade, que
influenciarão consideravelmente as relações dos indivíduos e instituições
constituintes dessas sociedades.
Porém,
para melhor elucidar o desenvolver dos processos é necessário ampliar os
domínios de observação e englobar alguns fatores confluentes nos campos
político, econômico e sociais ocorrentes no mundo e, assim, compreender as
consequências sofridas até os dias atuais.
O
final da década 1960 e início da década 1970 são marcados pela movimentação dos
povos contra valores em vigor que não atendiam ou mesmo desrespeitavam às suas
necessidades e interesses. Esses movimentos não traziam apenas propostas de
possíveis e novas ideologias para as atuações políticas, mas de reconstrução de
práticas culturais e comportamentais nas mais diversas regiões do globo. Todas
as bandeiras e estandartes foram erguidos. Do “peace and love”: os movimentos artísticos e sociais de caráter contracultural,
e liberação sexual; ao “flower power": as reivindicações de grupos
oprimidos, e pelo fim dos conflitos armamentistas e de ameaças de uma guerra
nuclear.
A
revolta e os desejos por mudanças darão a essa geração uma característica muito
especial: a criatividade para inovar!
Ainda
assim, insensível aos movimentos sociais, os militares norte-americanos
mantinham suas atividades, inclusive as de pesquisa na “Agência de Projetos de
Pesquisa Avançada (ARPA) do Departamento de Defesa, onde se desenvolveu um
sistema de comunicações com base na tecnologia de comunicação da troca de
informações em rede, a ARPANET”[1] – versão precursora da internet. Que junta à
invenção e desenvolvimento do computador pessoal e microcomputadores – nascidos
de tecnologias experimentais realizadas em garagens nos quintais de casa, por
aqueles mesmos jovens rebeldes praticantes do ócio produtivo – ocuparão o topo
da lista das invenções mais importantes do século XX.
Tratando-se
de inovações tecnológicas, as décadas seguintes se destacarão principalmente
pelos avanços conquistados nas microeletrônica e telecomunicações, e ocorrerão
principalmente nos EUA, alguns países da Europa e Ásia. Até que a Organização Europeia
para a Investigação Nuclear (CERN), Suíça, encerre, ao início dos anos 1990, o
rol das grandes invenções do século com o lançamento de um sistema hipermidiático
de documentos interligados que aperfeiçoará a navegação pela internet: a World Wide Web.
As
novas tecnologias possibilitarão maior flexibilidade, velocidade e volume do
fluxo de informações a serem geridas, criando novas condições aos mercados globalmente
integrados, além de uma gama imensa de serviços criados e/ou aperfeiçoados.
Com
a expansão dos campos de atuação dos mercados internacionais, os Estados nação,
inicialmente, organizam-se em blocos comerciais que cada vez mais influenciam a
formação do livre comércio, rompendo gradativamente as restrições até
alcançarem as vantagens desejadas à globalização dos mercados. Nessas condições
políticas e tecnológicas, o livre mercado pode “transportar suas finanças de um
lado a outro do globo” em questões de segundos, especulando as melhores condições
de lucro objetivadas pelas grandes corporações formadas por empresas privadas.
Por estar globalmente integradas, a movimentação de capital interferirá nas
economias em âmbito mundial.
Nos
dias de hoje, a situação dessas sociedades consideradas desenvolvidas,
integradas, armadas e informadas através das novas tecnologias, categorizadas como
sociedades pós-modernas, da informação ou do conhecimento é:
- movimentação dos povos em todas as regiões e dimensões reais e virtuais do globo, articulando-se através das novas tecnologias de comunicação, reivindicando por reformas políticas e econômicas;
- conflitos armados acontecendo em diversas nações árabes;
- interferência dos interesses privados sobre as condições de vida dos indivíduos;
- exploração e degradação das fontes e reservas ambientais do planeta; e
- reunião das maiores economias mundiais, o G20, que reúne-se a partir de amanhã [3 e 4 de novembro de 2011], na França, para discutir as “soluções cabíveis” para a dívida européia, estagnação dos EUA e proteção do resto do planeta.
Obs: A cúpula do G20 é uma reunião de caráter informal,
as considerações alcançadas nesse encontro servem para orientar as nações em
suas tomadas de decisões. Não sendo, portanto, obrigatório a execução prática
dos resultados alcançados.
[1] CASTELLS,
Manuel. A Sociedade em Rede. 11. ed. Paz e Terra: São Paulo, 2008. v.1