sábado, 12 de novembro de 2011

Sobre o curso de Graduação em Biblioteconomia da UFRN: mudanças e comportamento


Desde o ano de 2007 – ano em que ingressei no curso de Graduação em Biblioteconomia – algumas mudanças ocorreram no ensino de Biblioteconomia no Brasil. Refiro-me à estrutura curricular, claro. No ano seguinte foi adotada uma nova estrutura curricular, que seguiu sofrendo pequenas alterações nos anos subsequentes. Disciplinas foram adicionadas, outras divididas e algumas até mesmo dispensadas – por exemplo, a disciplina Linguagem Documentária, que era uma disciplina complementar (não obrigatória) não é mais disponibilizada. O tema das linguagens documentárias é abordado em outras disciplinas como Representação Temática III, por exemplo.

O objetivo dessas alterações é expandir e aperfeiçoar as habilidades dos graduandos bibliotecários. Mas será que elas foram suficientes ?

Conversando nos corredores da universidade com alguns colegas de curso podemos compartilhar algumas insatisfações, percebidas principalmente nos concluintes que reclamam da sobrecarga de atividades no último período do curso (Monografia; Estágio supervisionado com produção de relatório; Planejamento e Realização de Projeto Cultural). Mas não somente os concluintes. Os estudantes de diversos períodos reclamam, por exemplo, da disciplina Linguística não ser incorporada na estrutura como disciplina obrigatória à formação do bibliotecário, visto a crescente necessidade do domínio nesta área do conhecimento para a melhor aplicação das habilidades de organização, classificação e indexação de informações na web. Claro, o aluno tem sempre a oportunidade de direcionar sua formação acadêmica, procurando incorporar disciplinas de outros Centros em sua estrutura curricular individual (aliás, é esse o conceito de Universidade!). Porém dificuldades de incompatibilidade de horários e indisponibilidade de vagas podem tornar esse complemento inviável. (Diversas outras disciplinas são listadas e justificadas, o uso da Linguística foi meramente ilustrativa).

Voltando às reclamações dos concluintes ... Estes (e eu concordo, apóio e faço o mesmo) questionam a obrigatoriedade da Monografia e do Estágio Supervisionado com produção de Relatório. A proposta que se levanta é de que seja facultativa a escolha por uma das atividades, e a justificativa é de que no último período o aluno já tem decidido se quer ou não (emendar) uma pós-graduação (o que justificaria a produção de uma monografia visando a elaboração de projeto de pós-graduação); caso contrário, o Estágio Supervisionado com produção de relatório seria suficiente para avaliação de conclusão de curso e aptidão para ingressar no mercado profissional. O que ocorre, afinal, é que o tempo que se passa realizando o estágio (atividade que a grande maioria dos alunos realizam durante mais de 50% de sua estadia na graduação em instituições e funções diversas) atrapalha na pesquisa monográfica, e não somente pelo tempo despendido, mas pelo cansaço físico e psicológico: é estressante e exaustivo! Sem falar que paralelo à monografia tem de se escrever o relatório de estágio. Como se não bastasse, há também o Projeto Cultural, que necessita de disponibilidade conjunta de tempo para reuniões de planejamento e execução.

Tratando-se especificamente do nosso caso (Biblioteconomia - UFRN), as principais mudanças não vêm das alterações na estrutura curricular, mas sim no corpo docente.

A renovação e especialização de nossos professores são vistas como ‘injeções de ânimo’ nos alunos, e são também os principais responsáveis pelas atividades de extensão e monitoria executadas pelo Departamento de Biblioteconomia. [Ver Ações de Extensão e Projetos de Monitoria no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas - SIGAA. Clique nas imagens para ampliá-las].





Mesmo assim, ainda há espaço para reclamações. As críticas são referentes à divulgação das pesquisas realizadas. Os projetos de extensão têm pouca visibilidade mesmo dentro do departamento.

Acredito serem essas as principais mudanças que ocorreram ultimamente no DEBIB-UFRN (Departamento de Biblioteconomia). Mas há sempre tempo e esforços para mais. E acredito que as mais urgentes estejam diretamente relacionadas ao comportamento/postura do graduando.

Os alunos do curso de Graduação em Biblioteconomia da UFRN são apáticos! (isto inclui eu, você, os membros do Centro Acadêmico e todos os outros). Não presenciei ainda uma única eleição para o CAZMA (Centro Acadêmico Zila Mamede) que contasse com duas chapas concorrentes. Não presenciei ainda uma gestão do CAZMA que tenha se destacado de qualquer outra forma que não pela passividade. Não presenciei ainda uma única manifestação conjunta, por parte dos alunos, que tenha alcançado qualquer resultado de mudança dentro do nosso Departamento. Aliás, os únicos momentos em que os alunos se reúnem são em festinhas para comer salgados e ‘ouvir’ os professores falar.

As sugestões que ficam, portanto (às quais podem se reunir outras mais), são as de incentivo à participação dos alunos em toda e qualquer questão que diga respeito ao DEBIB; esclarecimentos sobre as funções e importâncias do Centro Acadêmico; incentivo à concorrência nos processos eletivos; além de apoio e participação nos projetos do Departamento.

Afinal, se o aluno não se apresenta, quem o Centro Acadêmico representa?