Desde o ano de 2007 – ano em que ingressei no curso
de Graduação em Biblioteconomia – algumas mudanças ocorreram no ensino de
Biblioteconomia no Brasil. Refiro-me à estrutura curricular, claro. No ano
seguinte foi adotada uma nova estrutura curricular, que seguiu sofrendo
pequenas alterações nos anos subsequentes. Disciplinas foram adicionadas,
outras divididas e algumas até mesmo dispensadas – por exemplo, a disciplina
Linguagem Documentária, que era uma disciplina complementar (não obrigatória) não
é mais disponibilizada. O tema das linguagens documentárias é abordado em
outras disciplinas como Representação Temática III, por exemplo.
O objetivo dessas alterações é expandir e aperfeiçoar
as habilidades dos graduandos bibliotecários. Mas será que elas foram
suficientes ?
Conversando nos corredores da universidade com
alguns colegas de curso podemos compartilhar algumas insatisfações, percebidas
principalmente nos concluintes que reclamam da sobrecarga de atividades no
último período do curso (Monografia; Estágio supervisionado com produção de relatório;
Planejamento e Realização de Projeto Cultural). Mas não somente os concluintes.
Os estudantes de diversos períodos reclamam, por exemplo, da disciplina Linguística
não ser incorporada na estrutura como disciplina obrigatória à formação do
bibliotecário, visto a crescente necessidade do domínio nesta área do
conhecimento para a melhor aplicação das habilidades de organização, classificação
e indexação de informações na web.
Claro, o aluno tem sempre a oportunidade de direcionar sua formação acadêmica, procurando
incorporar disciplinas de outros Centros em sua estrutura curricular individual
(aliás, é esse o conceito de Universidade!). Porém dificuldades de
incompatibilidade de horários e indisponibilidade de vagas podem tornar esse
complemento inviável. (Diversas outras disciplinas são listadas e justificadas,
o uso da Linguística foi meramente ilustrativa).
Voltando às reclamações dos concluintes ... Estes (e
eu concordo, apóio e faço o mesmo) questionam a obrigatoriedade da Monografia e
do Estágio Supervisionado com produção de Relatório. A proposta que se levanta
é de que seja facultativa a escolha por uma das atividades, e a justificativa é
de que no último período o aluno já tem decidido se quer ou não (emendar) uma
pós-graduação (o que justificaria a produção de uma monografia visando a
elaboração de projeto de pós-graduação); caso contrário, o Estágio
Supervisionado com produção de relatório seria suficiente para avaliação de
conclusão de curso e aptidão para ingressar no mercado profissional. O que
ocorre, afinal, é que o tempo que se passa realizando o estágio (atividade que
a grande maioria dos alunos realizam durante mais de 50% de sua estadia na graduação
em instituições e funções diversas) atrapalha na pesquisa monográfica, e não
somente pelo tempo despendido, mas pelo cansaço físico e psicológico: é
estressante e exaustivo! Sem falar que paralelo à monografia tem de se escrever
o relatório de estágio. Como se não bastasse, há também o Projeto Cultural, que
necessita de disponibilidade conjunta de tempo para reuniões de planejamento e execução.
Tratando-se especificamente do nosso caso (Biblioteconomia
- UFRN), as principais mudanças não vêm das alterações na estrutura curricular,
mas sim no corpo docente.
A
renovação e especialização de nossos professores são vistas como ‘injeções de
ânimo’ nos alunos, e são também os principais responsáveis pelas atividades de
extensão e monitoria executadas pelo Departamento de Biblioteconomia. [Ver
Ações de Extensão e Projetos de Monitoria no Sistema Integrado de Gestão de
Atividades Acadêmicas - SIGAA. Clique nas imagens para ampliá-las].
Mesmo assim, ainda há espaço para reclamações. As
críticas são referentes à divulgação das pesquisas realizadas. Os projetos de
extensão têm pouca visibilidade mesmo dentro do departamento.
Acredito serem essas as principais mudanças que
ocorreram ultimamente no DEBIB-UFRN (Departamento de Biblioteconomia). Mas há
sempre tempo e esforços para mais. E acredito que as mais urgentes estejam
diretamente relacionadas ao comportamento/postura do graduando.
Os alunos do curso de Graduação em Biblioteconomia
da UFRN são apáticos! (isto inclui eu, você, os membros do Centro Acadêmico e todos
os outros). Não presenciei ainda uma única eleição para o CAZMA (Centro
Acadêmico Zila Mamede) que contasse com duas chapas concorrentes. Não presenciei
ainda uma gestão do CAZMA que tenha se destacado de qualquer outra forma que
não pela passividade. Não presenciei ainda uma única manifestação conjunta, por
parte dos alunos, que tenha alcançado qualquer resultado de mudança dentro do
nosso Departamento. Aliás, os únicos momentos em que os alunos se reúnem são em
festinhas para comer salgados e ‘ouvir’ os professores falar.
As sugestões que ficam, portanto (às quais podem se
reunir outras mais), são as de incentivo à participação dos alunos em toda e
qualquer questão que diga respeito ao DEBIB; esclarecimentos sobre as funções e
importâncias do Centro Acadêmico; incentivo à concorrência nos processos eletivos;
além de apoio e participação nos projetos do Departamento.