quinta-feira, 3 de novembro de 2011

As sociedades da Informação: conhecendo os atores


As sociedades da informação se configuram pelo volume expressivo dos insumos de informação propiciados pelas novas tecnologias, presente nas atividades dos indivíduos e instituições e em suas relações com a política e economia. Portanto, é errôneo pensar que o termo “Sociedade da Informação” englobe todas as sociedades atuais – uma vez que muitas não se enquadram ao modelo de produção de bens e serviços tecnológicos característicos.

A parcela dos que ainda não estão inclusos no novo paradigma é considerável. Os países em desenvolvimento e de menores rendas, que não dispõe de condições técnico-econômicas necessários à adequação em todos os grupos sociais e campos estruturais como os da Educação e Tecnologia, por exemplo, engrossam a fatia dos excluídos, formada geralmente por pequenos comerciantes, moradores das zonas rurais e de setores urbanos mais pobres, além das populações marginalizadas, como desempregados crônicos e sem-tetos.

Fatores como analfabetismo, analfabetismo funcional, baixa renda familiar, falta de acesso à computadores, às linhas telefônicas, aos servidores de internet e à diversas outras Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) pesam negativamente e necessitam de alto investimento para se reconfigurar como panorama propício à construção e desenvolvimento de sociedades informacionais.

Pode-se afirmar que os atores que protagonizam as sociedades informacionais são geralmente indivíduos de básico, médio e alto níveis educacionais, com competências e habilidades informacionais (Letramento Informacional), de média e alta rendas financeira, com acesso às TIC’s convencionais e modernas e às bases de informações privilegiadas em qualidade e quantidade de bens e serviços disponibilizados, e que se utilizam cotidianamente desses instrumentos e suportes na realização de suas mais diversas atividades, seja de caráter pessoal, acadêmico ou profissional.

Este é, portanto, um ambiente muito propício a se estender o fosso entre as classes de rendimentos majoritários e as populações com rendimentos minoritários. Propício, sim. Mas não determinante.

A informação e as condições de informação são atualmente direitos do cidadão. A sociedade brasileira vive um processo de transformação, crescimento e desenvolvimento onde decisões e medidas importantes a este respeito estão sendo trabalhadas. É importante estar atento à essas transformações para que as necessidades públicas não se tornem vantagens aos meios privados.

Qual a importância de um Plano Nacional de Banda Larga? de um Marco Regulatório dos meios de comunicação? de um Marco Civil para Internet? do debate sobre a democratização midiática? de melhorias e investimentos na educação pública? E qual o nosso papel em meio à tudo isso?

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Ontem (quarta-feira, 02 de novembro), em Copenhague (DIN), foram divulgados dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011, que é calculado a partir de dados referente à saúde, educação e renda, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). No novo ranking o Brasil sobe um degrau e ocupa a 84ª posição da lista que contempla 187 países. Apesar de acréscimos nos dados referentes à saúde e a renda brasileiras, a escolaridade e a expectativa de tempo de estudos permaneceram estagnados.

“Segundo o chefe do grupo de pesquisas do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) do Pnud em Nova York, José Pineda, o equilíbrio entre as três áreas (saúde, educação e renda) é a principal explicação para o desempenho brasileiro no IDH. E demonstraria que o governo estaria acertando em suas políticas pró-crescimento.

Estão à frente do Brasil, em IDH, Chile (44º no ranking), Argentina (45º), Uruguai (48º), Cuba (51º), Bahamas (53º), México (57º), Panamá (58º), Antígua e Barbuda (60º), Trinidad e Tobago (62º), Costa Rica (69º), Venezuela (73º), Jamaica (79º), Peru (80º), e Equador (83º).” [1].

[1] Mais informações em: BRASIL avança uma posição e fica em 84º em novo IDH da ONU. Carta Maior. Disponível em: <http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18878>. Acessado em 03 de novembro de 2011.